sábado, 18 de julho de 2009

Palestra do padre Flavio Cavalca


A MENSAGEM DE HENRI CAFFAREL PARA AS ENS DO BRASIL
Pe. Flávio Cavalca de Castro, redentorista.

Pe. Henri Caffarel foi um enviado de Deus para os casais, para ajudá-los na procura da santidade.
Viveu num momento histórico, quando renascia a reflexão sobre a vida de Igreja e o sentido do matrimônio[1]. E teve contato pessoal com pioneiros na renovação da pastoral familiar e juvenil.[2] Desde logo, porém, apontou as características de sua teologia do matrimônio, afirmando que a diferença sexual é estrutura fundamental do ser humano, que o amor humano e o casamento têm lugar privilegiado na história da salvação, e que a mística matrimonial deve voltar-se mais para a vida do que para a moral.[3]
Pe. Caffarel, por gênio e formação, era pessoa mais prática do que teórica, e sempre procurou respostas práticas para as necessidades encontradas. Procurado por casais interessados em fazer do casamento um caminho de perfeição cristã, não lhes ofereceu resposta, mas convidou-os para que juntos a buscassem, à luz da oração e da vida, num caminho gradual de muitas descobertas. Puderam entrever o amor divino refletido no amor do casal que, vivido, é o sacramento do matrimônio. Descobriram na caridade infusa a salvação e a sublimação do amor matrimonial. Assumiram, sem ilusões, a sexualidade no seu pleno sentido humano e cristão. Avançaram pelos caminhos da espiritualidade, superando a espiritualidade individual para assumir a espiritualidade conjugal. Assumiram alegremente a missão de difundir os valores do amor e do casamento.
A serviço dos casais, Caffarel pôs uma inteligência viva, uma simpatia cativante e um estilo muito pessoal. Agora, porém, devo apresentar sinteticamente sua mensagem para os casais equipistas do Brasil. Foram eles privilegiados, podendo usufruir de um estreito e enriquecedor contato com ele, através de três visitas e muita correspondência. Vou destacar os pontos salientes de sua orientação para as equipes do Brasil.
I - Os contatos de Caffarel com o Brasil
Os primeiros contatos
Tudo começou de modo inesperado, muito além dos planos de Caffarel, para quem o Brasil certamente, bien là bas, pouco significava. Nos planos de Deus, porém, do outro lado do Atlântico consolidava-se a cabeceira de uma ponte: o casal Nancy e Pedro Moncau que, havia mais tempo, estava em busca de um aprofundamento para seu matrimônio.
Em novembro de 1949, em S. Paulo, um grupo de casais ouvia uma palestra sobre família. No final, o domicano Pe. Desmarais disse que tinha conhecido na França os “Grupos de Casais do Pe. Henri Caffarel”. Logo no dia 30 Pedro Moncau escreveu para Caffarel, pedindo-lhe informações sobre sua proposta para a espiritualidade conjugal. Em dezembro Caffarel respondeu, dizendo que os grupos de casais por ele orientados “têm o objetivo essencial de ajudar os casais a tender para a santidade, nem mais nem menos”. E providencia que se remeta para o Brasil a documentação básica sobre a proposta. Deve ter logo depositado grande esperança em Pedro e Nancy, porque escreve: “Se tiver tempo de tomar conhecimento desses documentos e interessar-se por eles, ficarei pessoalmente muito feliz em conhecer sua opinião. Não hesite em escrever-me e colocar-me a par de seu modo de pensar. Não receio as contradições e desejo vivamente receber sugestões úteis.”
A reação de Pedro foi imediata: “Era isso que eu há tanto tempo procurava!”. Nancy e o grupo de casais não foram menos entusiastas. Em 13 de maio de 1950 reuniu-se a primeira equipe do Brasil. Pedro e Nancy foram eleitos como casal responsável pela equipe. Ao comunicar o fato a Caffarel, são surpreendidos por ele: não serão responsáveis apenas por essa equipe, mas pelo desenvolvimento das Equipes de N. Senhora em todo o Brasil! Insistia, porém, Caffarel: “Permita-me, entretanto, que o aconselhe a não iniciar senão com casais muito desejosos de compreender as exigências de sua fé e de vivê-las melhor. Vale mais ter menos equipes em uma região, mas que elas sejam portadoras de uma imagem muito pura.”
As visitas ao Brasil
Por três vezes Pe. Caffarel visitou o Brasil. Basta ler os testemunhos de D. Nancy e de muitos outros para perceber o impacto causado por sua presença e por suas palavras.
Primeira visita, de 5 a 9 de julho de 1957
Havia dez equipes em S. Paulo e três no interior. Dias 6 e 7 houve reuniões de estudo e espiritualidade com um número bem reduzido de casais. O que talvez tenha decepcionado Caffarel um pouco. O dia 8 foi dedicado a encontros com os dirigentes de então. Destaco um toque de previsão nas palavras sobre a organização que deveriam providenciar: “Organizem a Equipe de Setor não para as necessidades de hoje, mas prevendo um número três a quatro vezes maior de equipes.”[4]
Depois dessa visita, Caffarel escreveu ao casal Nancy e Pedro: “É quase inacreditável verificar que, através dos oceanos e sem contato com o Centro, vocês apreenderam tão perfeitamente o espírito das Equipes e tenham realizado equipes tão autenticamente Equipes de N. Senhora. Quantas vezes, depois de minha volta de S. Paulo, depois de minha volta da América, bendisse o Senhor por isso!” (1-10-1957)
A visita trouxe novo ânimo para o Movimento. Nos seis meses seguintes surgiram oito equipes em S. Paulo e três nos outros estados, e depertou-se um comprometimento maior com os serviços a serem prestados à Igreja. Surgiram os “Círculos Familiares”, que ofereciam dois anos de conscientização para casais não equipistas, e “Cursos de Preparação para o Casamento”. Tanto que, na organização do Movimento no Brasil, se criou um departamento especial de “Ação Apostólica”.
Segunda visita, outubro-novembro de 1962
De 1º a 4 de novembro, houve em Valinhos SP uma sessão de formação para quarenta casais que exerciam responsabilidades maiores no Movimento. Essa “Formação de dirigentes” foi de importância fundamental para o futuro, tendo repercussão imediata nas equipes de base.
Conforme o testemunho de Pedro e Nancy, além das palestras e reuniões públicas, houve reuniões reservadas aos dirigentes que acabaram sendo decisivas para a caminhada das ENS. Caffarel percebeu nas equipes sintomas de fadiga e apatia. Com os dirigentes brasileiros fez-se um diagnóstico e procuram-se soluções.
Terceira visita, setembro de 1972
As equipes no Brasil já eram 350. Foram duas semanas de presença que, segundo testemunho de Nancy Moncau, foram marcantes e de influência duradoura na vida das equipes brasileiras. Houve suas Sessões de Formação, uma em Itaici (110 casais) e outra em Florianópolis (50 casais), e três Encontros Gerais com Equipistas em S. Paulo, Florianópolis e Rio de Janeiro.
II - Os pontos fortes de sua mensagem aos casais do Brasil
1. As ENS e as exigências do apostolado no Brasil
Logo na primeira visita ao Brasil, 1957, Caffarel precisou orientar as Equipes cada vez mais solicitadas pelas necessidades do apostolado leigo no Brasil, principalmente na pastoral voltada para os casais e as famílias.
Conforme o testemunho de Pedro Moncau, Caffarel aceita em princípio a hipótese de as Equipes de Nossa Senhora no Brasil deverem ter um apostolado familiar organizado. Considera assim que as Equipes de N. Senhora têm dois setores: um de espiritualidade, outro de ação. (...) Mas é preciso nunca esquecer que as Equipes de N. Senhora não são um movimento de ação, mas sim de aprofundamento. As Equipes formam cristãos integrais e, portanto, apóstolos”[5]
Essa decisão levou na época à criação de um Departamento de Ação Apostólica, com cursos de preparação para o casamento e os Círculos Familiares.[6]
2. As equipes são pequenas comunidades-igreja
As Equipes são e devem ser verdadeiras comunidades-igreja; nisso está sua força. Esse o tema desenvolvido numa palestra intitulada “Ecclesía”, que ainda hoje deve ser objeto de estudo e meditação. Antes de muitos, Caffarel afirmou: “Num país como o Brasil o grande problema não é tanto converter os católicos, mas formar comunidades vivas e atuantes.”[7]
Na terceira visita, em 1972, voltou ao tema: “Creio mesmo que todos os problemas atuais de "primavera renovada" da Igreja sejam resolvidos pela tentativa de suscitar em toda parte pequenas igreja (ecclesias), à imagem da primeira equipe reunida em torno de Cristo, formada por Ele e transformada pelo Pentecostes. A Igreja, nossa grande, nossa querida, nossa bem amada Igreja Católica só será salva na medida em que as massas amorfas de cristãos constituírem equipes coerentes, ao redor do Cristo, animadas pelo Espírito de Cristo. Essa é a missão das Equipes de Nossa Senhora na Igreja de hoje.”[8]
3. A responsabilidade das ENS pelo Brasil
É um ponto em que insiste já em sua primeira visita: As ENS precisam ter consciência de sua importância para o Brasil. É preciso manter fidelidade à proposta inicial, e fazer lento trabalho de expansão. Afirmava: “Eu vos conclamo a empreender e levar adiante uma ação sistemática e organizada: fundar uma equipe em todos os pontos principais do Brasil, lançar sobre vossa Pátria uma imensa rede da qual as equipes sejam os nós.”[9]
É preciso formar equipes que sejam celeiros de apóstolos, sempre a serviço da Igreja, sempre obedientes e capazes de pensar os problemas. Nunca deixar que a ação impeça a formação (oração e estudo), porque senão a ação nos perderá.
Em mensagem posterior, para o Eacre de janeiro de 1958 ele insiste: “Meu conselho é o mesmo: máximo de mística e máximo de disciplina.” “O Brasil precisa de santos. É preciso que cada um de vocês, a cada dia, procure a perfeição cristã para a qual Cristo nos convidou... É preciso que vocês se ajudem mutuamente a tender para essa perfeição”.
Conforme D. Nancy, essas palavras despertaram grande espírito missionário nas ENS. A partir daí começou a grande expansão do movimento no Brasil. Em 1957 havia 13 equipes no Brasil. Em outubro-novembro de 1962 já eram 167.
Depois da visita, em dezembro escreveu aos dirigentes: “As notícias que recebo do Brasil, depois de minha partida, causam-me muita alegria. O aumento numé­rico de suas equipes prova bem a sua irradiação. E no princípio deste novo ano peço ao Senhor nas minhas orações, não somente que suas equipes se multipli­quem, mas que sua vida interior cresça dia a dia.”[10]
4. Sinais de cansaço e apatia
Na segunda visita, em 1962, Caffarel detecta sinais de cansaço e apatia nas equipes brasileiras. Em reunião com os dirigentes locais, procura fazer um diagnóstico.[11]
Levantaram-se diversas causas:
1) Formação religiosa insuficiente de muitos casais, que não lhes permite avançar conforme as propostas do movimento. 2)Falta de Casais Ligação eficientes, falta de formação para as responsabilidades. 3) Falha no início de novas equipes, falta de espiritualidade, falha dos Casais Pilotos. 4) Situação social e econômica, exigindo trabalho exaustivo dos casais.
Caffarel aceita apenas uma explicação: equipes mal formadas, admissão de casais imaturos para a proposta equipista, com motivação puramente humana. E insiste: Há um só motivo válido para entrar nas equipes: a procura de Deus, para mais conhecê-lo e mais bem servi-lo”.[12]
Não se deixou comover pelas considerações apresentadas:
− Condições especiais do cristianismo no Brasil
− Sucesso das equipes na conversão de muitos casais.
− Número limitado de casais capazes de assumir plenamente a proposta equipista.
− Não se pode fechar as equipes para tantos casais que poderiam ser conquistados para Cristo.

Sua resposta foi taxativa: Esses casais imaturos sejam cultivados em iniciativas paralelas às equipes, durante um ano ou ano e meio, para que possam assumir um cristianismo adulto. Mesmo que isso signifique perda de várias equipes e o afastamento de muitos casais. Insistiu: “A vida do movimento no Brasil depende disso.” “Mais valem 500 equipes fortes do que 5000 medíocres”, como tinha escrito em carta de 1957 ao Pe. Corbeil.[13]
5. As ENS Movimento missionário e não de conservação
A Igreja tinha passado pelo Concílio Vaticano II, que a marcara profundamente. As equipes não poderiam deixar de ser também afetadas e provocadas. Caffarel tinha sido consultor da Comissão para o Apostolado dos Leigos, na preparação do Concílio. Promoveu entre os sete mil casais equipistas de então uma pesquisa: “O que o povo fiel espera do próximo Concílio, no campo do matrimônio?” Houve seis mil respostas, publicadas e enviadas a todos os bispos e ao Vaticano. Ainda mais, tinha acontecido também a Assembleia Episcopal Latino-americanan de Medellin.
As equipes perguntavam-se, também no Brasil, como deveriam corresponder aos novos impulsos do Espírito. Houve uma reunião de reflexão, convocada pela Ecir,[14] que apontou alguns pontos que deveriam ser enfrentados: falta alguma coisa para sustentar o avanço das equipes depois dos primeiros anos; falta de abertura para fora e de fecundidade espiritual; a direção do Movimento tem pouco contato com as bases, o que gera falta de iniciativas e consequente desinteresse; é a hora da palavra e mais ainda da ação apostólica.[15]
Numa segunda reunião formou-se uma equipe para estudar todo o assunto, equipe que promoveu uma pesquisa entre os casais e conselheiros. Esse material foi depois encaminhado ao Encontro Anual de Responsáveis Regionais e de Setor e Coordenação em Abril de 1969. Dessa reunião participaram um casal francês do Centro Diretor Internacional e o Pe. Tandonet (que iria suceder ao Pe. Caffarel). Foi nesse contexto que se deu a terceira visita do Pe. Caffarel em setembro de 1972. Não poderia deixar de procurar respostas para as inquietações vividas pelo Movimento no Brasil.
Segundo ele, a resposta estava na linha de fidelidade à inspiração original das equipes, e num esforço para corresponder às necessidades e oportunidades da nova realidade vivida pela Igreja. Quanto a isso, insistiu que “as equipes não podem ser apenas um Movimento conservador da fé: é preciso que sejam fermento. Não basta possuir o ensinamento do Mestre, é preciso possuir o Espírito de Cristo, o mesmo Espírito Santo que, no Pentecostes, transformou tímidos seguidores em testemunhas ardorosas do Senhor.”[16]
Nesse contexto, em que se fala de comprometimento missionário, de abertura dos equipistas para a ação apostólica, gostaria de lembrar a observação feita por Marcel Delpont, acompanhante de Caffarel. Pergunto-me até se não a teria feito incitado por ele. Depont faz primeiro um elogio: parabéns pela abertura para meios culturais mais modestos e para casais jovens, o que favorecerá a renovação dos quadros. Depois faz uma pergunta incômoda: “Que é feito dos “Círculos familiares”, iniciativa de apostolado familiar que tinha dado tantos frutos? Tanto mais que, depois da visita anterior, essa nova forma de apostolado familiar sido apresentada como exemplo para as equipes da Europa... (Se me perdoam, aqui faço um parêntesis para repetir agora a mesma pergunta: “Que é feito dos “Círculos Familiares”?)
6. Não desanimar os fracos
Ao mesmo tempo que se mostrava exigente na cobrança da fidelidade ao carisma, Caffarel insistia que se tivesse cuidado para não desanimar os casais que abraçam sinceramente o Movimento, mas ainda não conseguem praticar plenamente sua propostas. Conselho que não pode ser esquecido. Como também não se deve esquecer o que disse na mesma ocasião: Atenção para com os que não abraçam as propostas do movimento, mas têm até objeções contra, ou não querem progredir.
7. Espiritualidade conjugal
Depois de insistir que a famílias equipistas devem ser fontes de vocações sacerdotais, que se deve cuidar sempre da formação, e que a proposta das equipes não é apenas a prática do mínimo exigido pela moral, Caffarel toca num ponto central: “Não estou certo de que os equipistas tenham bem compreendido o que significa espiritualidade conjugal. Há grande preocupação de vida es­piritual, marido e mulher individualmente. Mas a espiritualidade conjugal é mais do que duas espiritualidades individuais vividas lado a lado. Há um misté­rio do casal que é preciso aprofundar. É fonte de graças.” [17]
8. As ENS do Brasil e o futuro
Depois de deixar a espiritualidade conjugal como o grande e final desafio às equipes do Brasil, Caffarel diz o que encontrou aqui e o que espera para o futuro: “Muita coisa vi, muita coisa aprendi e parto acreditan­do cada vez mais na missão das Equipes de Nossa Senhora no Brasil".[18]
III - A dívida dos casais equipistas brasileiros com Caffarel
A dívida dos casais equipistas brasileiros para com o Pe. Caffarel ficou mais que evidente no que se disse até aqui. Ele não lhes demonstrou apenas carinho e consideração. Ofereceu-lhes uma proposta-resposta para sua vida, e confiou-lhes um tesouro valioso de espiritualidade que devem fazer frutificar.
As ENS do Brasil formam o maior contingente no mundo: não é preciso salientar a responsabilidade daí resultante. Têm elas de corresponder ao dom de Deus e às expectativas do Movimento. Devem resgatar a dívida com Caffarel dando toda a contribuição que lhes for possível para o crescimento da mística das ENS.
Não podem os equipistas do Brasil esquecer o que lhes disse em setembro de 1972, num quase testamento: “Não posso, absolutamente, contentar-me em transmitir-lhes idéias prontas. As Equipes de Nossa Senhora devem ser continuamente reinventadas, e por isso é preciso que nestes três dias, nós reflitamos juntos. Não vou enunciar dogmas, vou propor temas para reflexão, o que é muito diferente. (...) Há uma grande crise na Igreja. Não devemos ser um movimento conservador, que mantém a fé na Igreja; temos de ser um fermento de renovação, se não de revolução espiritual. Se as Equipes de Nossa Senhora, depois do Concílio, não forem fermen­to de renovação na Igreja, serão postas de lado, para dar lugar a novos movimentos mais ousadamente revolucionários e capazes de trabalhar pelo "aggiornamento" da Igreja. (...) Essa é a questão que eu levanto. E estou certo que nem eu nem vocês podemos aceitar a idéia que as Equipes de Nossa Senhora só foram úteis durante um quarto de século. Nós queremos que elas sejam úteis para os séculos futuros, mas isso supõe que elas sejam repensadas em função dessa Igreja que precisa delas mais do que nunca.”[19]

[1] M. J. Scheeben (1835-1888): Os mistérios do cristianismo. Dietrich von Hildebrand (1889-1977): O matrimônio, o mistério do amor fiel. A. Christian: Ce sacrement est grand. Témoignage d'un foyer chrétien. (1938). Ambroise-Marie Robert Carré op (1908-2004): Compangnons d’éternité. Pierre Dupouey: Lettres et essais.
[2] Ambroise-Marie Robert Carré op, Paulo Doncoeur sj, Jean Viollet
[3] Jean Allemand: Henri Caffarel, Um homem arrebatado por Deus, Ed. Das Equipes, p. 36-37.
[4] Nancy Cajado Moncau, O sentido de uma vida, Ed. Loyola, 1986, p. 137.
[5] Pedro Moncau, in Nancy Cajado Moncau, O sentido de uma vida, Ed. Loyola, 1986, p. 136.
[6] Nancy Cajado Moncau, Equipes de Nossa Senhora no Brasil, Ensaio sobre seu histórico, S. Paulo, 2000, p. 56-57.
[7] O. c. p. 56
[8] O. c. p. 274. E continuava: “Vamos ver agora as pequenas igrejas, que são as equipes de Nossa Senhora. Temos a certeza de que não são uma reunião qualquer mas uma ecclesia, porque Jesus Cristo disse: "Se dois de vós se reunirem sobre a Terra para pedir, seja o que for, consegui-lo-ão de meu Pai que está nos céus. Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles"(Mt 18,19).
O problema é esse. Será que nossa Equipe de Nossa Senhora é uma ecclesia, unida em torno de Cristo, que chama, que ensina, que forma e que sopra seu Espírito sobre cada um dos membros da equipe, ou é um mero círculo de estudos ou uma reunião de amigos?
Não insisto mais porque estou justamente querendo propor à vossa refle­xão este ponto! Que deveremos fazer de nossa equipe para que ela se pareça mais com a equipe que Jesus reuniu em torno dele, que ele formou e trans­formou no dia de Pentecostes?
Olhando por todo o mundo, penso que uma minoria das equipes são reuniões e não pequenas ecclesias. Creio que, na grande maioria, as equipes são ecclesias, isto é, estão reunidas em redor de Cristo como os apóstolos antes da Ascensão, mas não são ecclesias de depois de Pentecostes, habitadas pelo Espírito Santo.”
[9] O. c. p. 57
[10] Nancy Cajado Moncau, O sentido de uma vida, Ed. Loyola, 1986, p. 140-141. E continuava: “
Meu conselho é o mesmo: máximo de mística e máximo de disciplina. É preciso a todo o preço que elas sejam esta sementeira onde o Senhor encontrará aqueles homens e mulheres que darão testemunho de Cristo entre seus irmãos, nos postos mais humildes, como nos mais elevados. Mas isto só acontecerá se as equipes forem verdadeiramente escolas de vida cristã, cenáculos onde os apóstolos de Cristo venham abrir seus coracões ao Espírito de Deus. O Brasil necessita de santos. É preciso que cada um de vocês, a cada dia, procure a perfeição cristã para a qual Cristo ­nos convidou, quando nos disse: "Sede perfeitos co­mo vosso Pai celeste é perfeito". É preciso que vocês se ajudem mutuamente a tender para essa perfeição. Escrevendo isso, penso no Monumento aos Bandeiran­tes, que exprime tão bem a tensão vigorosa, tenaz, paciente, encarniçada, para um fim que se quer atin­gir a todo o custo. .. Como ele, sejam bandeirantes espirituais, tendam com todas as suas forças para a perfeição cristã e sintam-se responsáveis pela cons­trução no Brasil, de uma Igreja forte e irradiante, para enfrentar um futuro que se anuncia, ao mesmo tempo, cheio de ameaças e de esperanças...”
[11] Nancy Cajado Moncau, Equipes de Nossa Senhora no Brasil, p. 81
[12] O. c. p. 82
[13] O. c. p. 82
[14] O. c. p. 104: “Em 7 de outubro de 1968 a ECIR, participando do clima reinante, envia aos Casais Responsáveis dos quatro setores de São Paulo, ao Casal Regional da Capital e ao do Rio de Janeiro, que vinha a São Paulo com freqüência, uma carta com os seguintes dizeres:
"Profundamente preocupada com a estagnação que se-registra em certas equipes, o desânimo que af1ige determinados equipistas e as crises que atingem um ou outro Setor depois de vários anos de entusiasmo e progresso.
Preocupada também com a conseqüente perda de vitalidade que isto representa para o Movimento e o empobrecimento decorrente para o mes­mo das numerosas defecções entre os seus melhores elementos, tanto no Brasil como em outros países.
Sentindo ao mesmo tempo a necessidade urgente de examinar o lugar e a responsabilidade do Movimento na Igreja e no mundo de hoje, face ao 'aggiornamento' pós-conciliar, face também à evolução acelerada do mundo e às regras que regem a vida dos organismos.
[15] O.c. p. 105
[16] O. c. p. 116
[17] O. c. p. 124
[18] O. c. p. 124.
[19] Nancy Cajado Moncau, o.c. p. 265-266

Um comentário:

Unknown disse...

O Pe. Flávio Cavalca foi muito feliz ao preparar e transmitir esta palestra. Ele foi iluminado ao selecionar estes trechos da história do Movimento, que precisam ficar guardados no anais e serem consultados permanentemente. A história precisa estar ao alcance de todos os casais que forem chegando às ENS para que a essência seja preservada e todos conheçam a importância de sua pertença ao movimento e se coloquem disponíveis para serem instrumentos para o que Deus quiser falar em cada etapa de nossas vidas.
Agora "reescutando" a palestra ao relê-la neste blog damos graças a Deus por este instrumento estar disponível a todos que quiserem melhor compreender esta história de amor escrita por Caffarel, Nancy e Pedro Moncau, Flávio Cavalca e tantos outros.
Sugerimos que em cada Região e em cada Setor das ENS a história seja preservada e dada ao conhecimento das novas gerações.

Louvado seja Deus!
Elsa Maria e Renato Botaro
Equipe 6-E - Brasília - DF